O prefeito Gilberto Kassab (DEM) decidiu lançar mão de uma alternativa viária pouco usual em São Paulo -a sobreposição de vias- para poder prolongar a avenida Chucri Zaidan, nas valorizadas regiões do Morumbi (zona oeste) e Brooklin (zona sul).
Em um trecho de1 km , a avenida terá duas pistas na superfície e outras duas no subsolo, cada uma com duas faixas.
Em um trecho de
As pistas subterrâneas serão vias expressas, para quem está de passagem. Já as da superfície terão corredor para ônibus e tráfego local, com acesso a outras vias.
O objetivo é evitar a desapropriação de um número maior de "edifícios verticais e de grande porte" na região.
Apesar da estratégia, a obra vai desapropriar 180 imóveis, numa área de 123,6 mil m2 (17 campos de futebol), semelhante à da linha 17-ouro do metrô, também na zona sul, que terá
Entre os imóveis atingidos estão duas concessionárias de veículos de luxo -Porsche e BMW- e uma agência da Caixa, que será desativada. A Chucri Zaidan, que acaba no shopping Morumbi, será estendida por
O detalhamento da obra foi oficializado por Kassab no projeto de lei 25/11, enviado no último dia 27 à Câmara -é a primeira proposta do Executivo entregue neste ano.
O projeto detalha ainda outras duas intervenções previstas na Operação Urbana Água Espraiada.
Uma é o prolongamento da avenida Jornalista Roberto Marinho até a rodovia dos Imigrantes, que terá um túnel de 2.350 metros e um parque linear na superfície.
A outra é a construção de uma nova ponte sobre o rio Pinheiros, na região do parque Burle Marx, entre as pontes Morumbi e João Dias.
A outra é a construção de uma nova ponte sobre o rio Pinheiros, na região do parque Burle Marx, entre as pontes Morumbi e João Dias.
Durante as obras, haverá intervenções em 48 ruas e avenidas, como alargamentos e aberturas, além de escavações feitas pelo tatuzão, o mesmo usado no metrô.
Mas haverá piora do trânsito também a longo prazo, diz o estudo de impacto ambiental da obra (EIA-Rima), pois o novo corredor Chucri Zaidan-Berrini atrairá tráfego antes destinado a vias como a marginal e a av. Santo Amaro.
POLÊMICA
O projeto de Kassab terá resistência na Câmara. José Américo, líder do PT, diz que ele não deixa claras as contrapartidas sociais das intervenções e se as soluções técnicas escolhidas são adequadas.
"O que vai ser feito com os moradores das favelas? E os túneis são a melhor solução numa área tão próxima ao rio Pinheiros?", questiona.
Para ele e a arquiteta Lucila Lacreta, do Movimento Defenda SP, o projeto deveria ter sido discutido com a população. "É preciso primeiro discutir o EIA-Rima e aí enviar o projeto à Câmara."
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